Pesquisar este blog

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano novo, denovo


É complicado falar sobre uma coisa que você não sabe como será. Mais fácil, até então, falar sobre 2010.
Estou satisfeita com esse ano que passou. Conheci pessoas ótimas, as coisas fluiram muito bem. Se for pra jogar na balança, tem mais coisas boas do que ruins, o que me deixa sinceramente feliz.
Assisti ótimos filmes, fui em dois shows ótimos, Pouca Vogal e Nazareth, li bons livros, e claro, foi a minha formatura do Ensino Médio.
Este foi o ano que eu soube o que é estudar de manhã, tarde e noite, chorar de desespero, e sentir todo o ânimo descer pela pia com a água. Mas foi o ano que eu me decidi, que consegui tomar mais decisões por mim mesma.
Esta foto é do presente de Natal que a minha prima-madrinha, a Tati, me deu. Este vai ser o símbolo da minha batalha, o combustível que não vai deixar eu desistir, ainda que o caminho não seja fácil.
Uma coisa que eu sempre digo é que não importa aonde você está, mas sim com quem está. Várias pessoas que conheci melhor neste ano são aquelas que quero levar sempre comigo, não importa aonde eu vá. As pessoas sempre fazem a diferença (né, Diogo? ♥).
Acho que a única coisa que me cabe dizer para 2011, é que este novo ano supere 2010, em todos os sentidos.
Para você que está lendo isso, um feliz 2011, cheio de conquistas e tropeços, pois sem eles não se chega a lugar nenhum.
Vou me valer de uma das minhas partes preferidas do filme Hitch, Conselheiro Amoroso:

Nunca minta, roube, engane ou beba.
Mas se for para mentir, que seja para estar ao lado de quem ama;
Se for para roubar, que seja para tirá-la das más companhias;
Se for para enganar, que seja a morte;
E se for para beber, beba todos os momentos que tiram o seu fôlego.

Bom 2011 ;)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores


Clique na imagem para melhor visualização
Neste ano eu li 42 livros. Ok, muitos foram pra vestibular, mas também li aquilo que eu quis ler na hora em que melhor me caiu. Abaixo, segue a lista desses livros, mais detalhada que na foto. Vou organizar em Título - Autor - Dia que começei a ler - Dia que terminei. A lista ainda não está completa; quero chegar a 45 livros ainda. Mas, dependendo, faço uma postagem extra. Enjoy ;)

  • Elite da Tropa - Luis Eduardo Soares, André Batista e Rodrigo Pimentel - 13/12/2009 - 04/01/2010;
  • Honoráveis Bandidos; Um retrato do Brasil na era Sarney - Palmério Dória - 05/01/2010 - 20/10/2010;
  • Rolling Stone; As melhores entrevistas da revista Rolling Stone - editadas por Jann S. Wenner e Joe Levy - 21/01/2010 - 04/02/2010;
  • A Arte da Guerra e a Arte do Amor - Gary Gagliardi - 05/02/2010 - 09/02/2010;
  • O Pagador de Promessas - Dias Gomes - 10/02/2010 - 10/02/2010;
  • Vidas Secas - Graciliano Ramos - 12/02/2010 - 15/02/2010;
  • A Casa das Sete Mulheres - Leticia Wierzchowski - 15/02/2010 - 22/02/2010;
  • Estação Carandiru - Drauzio Varella - 25/02/2010 - 02/03/2010;
  • Capitães da Areia - Jorge Amado - 12/03/2010 - 21/03/2010
  • Anarquistas Graças a Deus - Zélia Gattai - 25/03/2010 - INTERROMPIDO;
  • O Primo Basílio - Eça de Queiroz - 12/04/2010 - 01/05/2010;
  • A Misteriosa Chama da Rainha Loana - Umberto Eco - 13/05/2010 - 30/05/2010;
  • Felicidade Clandestina - Clarice Linspector - 31/05/2010 - 04/06/2010;
  • Comédias para se Ler na Escola - Fernando Veríssimo - 05/06/2010 - 07/06/2010;
  • O Guarda-Roupa Alemão - Lausimar Laus - 07/06/2010 - 14/06/2010;
  • O Segredo Alemão - Focus Magazin Verlag e Unternehmen Erfolg - 14/06/2010 - 21/06/2010;
  • O Sequestro do Metrô 123 - John Godey - 20/06/2010 - 07/07/2010;
  • O Romanceiro da Inconfidência - Cecília Meireles - 24/06/2010 - 19/07/2010;
  • Leão-de-Chácara - João Antônio - 08/07/2010 - 12/07/2010;
  • A Maldição do Cigano - Stephen King - 21/07/2010 - 26/07/2010;
  • Iracema - José de Alencar - 27/07/2010 - 29/07/2010;
  • A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade - 29/07/2010 - 02/08/2010;
  • Primeiras Estórias - Guimarães Rosa - 02/08/2010 - 06/08/2010;
  • Anjo Negro - Nelson Rodrigues - 06/08/2010 - 07/08/2010/
  • Laços de Família - Clarice Linspector - 08/08/2010 - 16/08/2010;
  • Inocência - Visconde de Taunay - 16/08/2010 - 22/08/2010;
  • 1984 - George Orwell - 23/08/2010 - 30/08/2010;
  • Morte e Vida Severina - João Cabral de Mello Neto - 31/08/2010 - 01/09/2010;
  • O Continente I; O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo - 01/09/2010 - INTERROMPIDO;
  • O Filho Eterno - Cristovão Tezza - 02/09/2010 - 06/09/2010;
  • O Continente I; O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo - 08/09/2010 - 19/09/2010;
  • Libertinagem e Estrela da Manhã (entre outros) - Manoel Bandeira - 20/09/2010 - 20/09/2010;
  • Memórias de Um Sargento de Milícias - Manuel Antônio de Almeida - 21/09/2010 - 28/09/2010;
  • São Bernardo - Graciliano Ramos - 29/09/2010 - 03/10/2010;
  • Antologia Poética - Vinicius de Moraes - 30/09/2010 - 06/10/2010;
  • Urupês - Monteiro Lobato - 05/10/2010 - 14/10/2010;
  • Antologia Poética (ênfase em Muitas Vozes) - Ferreira Gullar - 06/10/2010 - 11/10/2010;
  • 10 Dias que Abalaram o Mundo - John Reed - 12/10/2010 - 22/10/2010;
  • Luzia-Homem - Domingos Olímpio - 01/11/2010 - INTERROMPIDO;
  • Contos Fluminenses - Machado de Assis - 22/10/2010 - 01/11/2010;
  • Dois Irmãos - Milton Hatoum - 23/11/2010 - 28/10/2010;
  • Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga - 12/11/2010 - 16/11/2010;
  • Musashi vol. I - Eiji Yoshikawa - 16/11/2010 - 20/12/2010;
  • Contos Gauchescos - Simões Lopes Neto - 26/11/2010 - 26/11/2010;
  • Homens e Caranguejos - Josué de Castro - 24/12/2010 - 26/12/2010.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Flores no Deserto

Um dia posso até pagar por isso, o impossível é o meu mais antigo vício. Ou então, um delírio do meu coração que vê as coisas aonde as coisas não estão. Tão certo como flores no deserto, real como as miragens da paixão. Havia inocência em seu sorriso enquanto caminhava rente ao precipício; estava calmo por acreditar em perfeição, tal qual o tolo da colina na canção. Tão certo como flores no deserto, real como as miragens da paixão...

Flores no Deserto - Os Paralamas do Sucesso

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Obrigada.


Hoje, eu estava me sentindo um pouco mal comigo mesma. Tentei ligar para quem eu gosto, para aqueles que eu sei que me ouviriam, e não deu certo. Uma sensação estranha me tomou, um pressentimento, talvez. Tentei estabelecer um diálogo, e foi em vão. Até que, abro meu blog, e vejo um comentário na última postagem, que me encheu de uma coragem
necessária. O comentário foi feito por um anônimo.
Quando eu me sinto assim, eu sinto a necessidade de que algo bom aconteça, de acordar no dia seguinte com uma nova energia, novas aspirações para continuar, e esse comentário foi a melhor coisa que me aconteceu hoje.


Anônimo: seja lá quem seja você, eu espero que os anjos estejam contigo, e te protejam de tudo. Eu espero, de coração, que Deus esteja com você, e que cuide de você. Eu nunca pensei que isso poderia acontecer, e isso só comprova aquela teoria de que estamos todos conectados, e que nunca estamos sozinhos. Eu não sei quem é você; mas, lhe agradeço, com a minha melhor parte por ter feito aquele comentário. Muito obrigada, e que a paz esteja com você.




terça-feira, 23 de novembro de 2010

Vermelho

Todas as pessoas têm sonhos, e sonhar faz parte da natureza humana. Mas infelizmente, nem todos acordamos vestindo armaduras invisíveis, e isso faz com que ao menos eu me sinta um pouco frágil em relação ao mundo, e com as coisas que eu quero. Uma vez eu disse para uma amiga, e disse ao meu namorado, que há dias em que eu me sinto como um Dom Quixote, que fica lutando contra os moinhos das aflições humanas, e parece que tudo é em vão.
Um dos meus filmes favoritos é o V de Vingança, e sempre que eu assisto, além de eu me emocionar, faz com que eu me sinta melhor e mais relaxada comigo mesma. Semana passada eu o assisti novamente, e os sentimentos foram os mesmos das outras vezes, e com isso eu conclui de que todos nós procuramos o nosso V interior, de forma que possamos nos proteger, e proteger os outros também. Eu luto todos os dias para ser um V, para que eu não perca a fé em mim mesma, principalmente.
Tem uma música do Titãs, chamada Antes de Você, e essa música traduz o filme. A primeira vez que ouvi, eu estava em Curitiba, indo fazer uma prova, e ela me acalmou muito.
O fato é que as aflições sempre estarão ali, o que muda é a consideração que damos à ela. É melhor viver, é melhor lutar. Mesmo que tenha sangue, é o SEU sangue que está ali, e só você pode vingar cada gota dele.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

It's probably me.


Hoje o meu café da manhã teve um gosto do qual eu jamais vou esquecer.


Sting feat Eric Clapton

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Indicação: Dois Irmãos


Quem tem irmãos sabe que quem diz que nunca brigou/bateu/espancou está mentindo. É bonito dizer que irmãos vivem em harmonia sempre, e é muito comum ver pais querendo disfarçar conflitos entre seus filhos perante à sociedade. Não digo que é impossível haver irmãos que se dão bem um com o outro, mas todos sabemos que em ao menos um momento algo sai errado.
Este livro de Milton Hatoum trata a relação entre dois irmãos, gêmeos, Omar e Yaqub. Um deles, inteligente e esforçado, especialmente em ciências exatas. O outro, apaixonado pela vida boêmia presente em Manaus, rei dos clubes e dos carnavais.
Um deles passa um tempo exilado no Líbano, e ao voltar, se antes era quieto, tornara-se fechado para o mundo exterior, buscando refúgio nos números, sendo atormentado pelo outro irmão, como se fosse um animal selvagem que foi domesticado.
Este romance te faz pensar em questões familiares, naqueles pózinhos que são mandados para baixo do tapete, mas que com os anos viram conflitos sérios, convertidos em catástrofes. Tal como Dom Casmurro que lança o eterno enigma do qual Capitu traiu ou não Bentinho, este livro te faz pensar em quem é o verdadeiro culpado, já que os fins justificam os meios. Este livro é a personificação da máxima que o pior cego é aquele que não quer ver, e talvez seja isso que o torne tão bom. É uma estória que te prende, onde tudo tem coesão e nada é ao acaso - Assim como a vida.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

hey, Lênin!



Exatamente às oito horas e quarenta minutos, uma tempestade de aplausos anunciou a chegada da Presidência, com Lênin, o grande Lênin, à frente.
Uma silhueta baixa. Cabeça redonda e calva, mergulhada entre ombros. Olhos pequenos, nariz rombudo, boca larga e generosa. Mandíbula pesada. Estava completamente barbeado. Mas a sua barba, dantes tão conhecida e que daquele momento em diante iria ser eterna, já começava a despontar novamente. O casaco estava poído; as calças eram compridas demais. Sua aparência física não indicava que ele poderia ser um ídolo das multidões. Mas foi querido e venerado como poucos chefes em toda a História. Um estranho chefe popular. Chefe só pelo poder do espírito. Sem brilho, sem ditos chistosos, intransigente e sempre em destaque, sem a menor particularidade interessante, mas possuindo, em alto grau, a capacidade de explicar ideias profundas em termos simples e de analisar concretamente as situações. Senhor de progidiosa audácia intelectual. Tal era Lênin.
(...)
Sua grande boca parecia sorrir. Abria-se inteiramente quando falava. A voz, apesar de rouca, não era desagradável. Estava como endurecia por anos e anos de discursos. As palavras saíam num tom monótono, sempre igual. Tinha-se a impressão de que sua voz nunca mais ia se interromper. Quando desejava frisar, deixar bem claro uma frase, uma ideia, Lênin inclinava-se ligeiramente para a frente. Não gesticulava. E, a seus pés, milhares de rostos simples estavam voltados para ele, numa expressão de profunda alegria interior, numa espécie de intensa adoração.

Fragmento do livro "10 Dias que Abalaram o Mundo", de John Reed.

Cáp. V - Ao Trabalho - pág. 176 e 178

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sigilo

Segundo o dicionário Michaelis, a palavra 'sigilo' é de origem latina, sigillu, e é tido como segredo absoluto, mistério, discrição.
Se tudo der certo (e dará), no próximo ano alcançarei algumas de minhas metas. Como eu disse no meu segundo post, não sou uma pessoa com muitos laços familiares, e quem tem família relativamente grande, sabe do que estou falando. Adoram perguntar.
E adivinha: eu ODEIO falar dos meus planos para as pessoas por ai.
Tem certas coisas que são secretas, mas no fundo você reconhece que não são segredo absolutos. É como uma conta bancária: as pessoas sabem que você tem uma, mas elas não precisam saber quanto você movimenta lá por ano.
Sempre achei bobagem contar tudo para todo mundo. Todos temos segredos, e não há ninguém melhor que nós mesmos para avaliar quem é digno de saber. Sejam nossos pais, nossos amigos, nossa pessoa especial ou até mesmo um desconhecido, ninguém pode interferir nesse direito de escolha.
Além do mais, o mundo está infestado de pessoas negativas que querem puxar o tapete do próximo na primeira oportunidade; para essas, o importante é que saibam que estamos vivos, e nada mais.
Concluindo: conte a sua "quantia bancária" para quem é digno de saber, e não para qualquer idiota que perguntar. Cada um coloca os cadeados onde melhor convir, e fim de papo.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Quantidade x Qualidade

Aproveitando a ideia de um outro post do qual ainda escreverei, percebo que ao longo dos anos, as pessoas encontram formas para socializar, se divertir, ou até mesmo para se sentirem melhor consigo mesmas. Uma destas, que não me agrada muito, é o esquenta. Consiste em chamar a sua "galera", encher a cara e fazer jogos com álcool antes de ir para festas. A regra principal deveria ser: Beba até cair, e se vomitar o estômago, melhor.
[Wat?]
Nisso, entra um fator do qual eu adoro, que é o da quantidade e da qualidade. Entrando no mérito das bebidas, quem conhece minimamente sabe que bebidas boas são bebidas caras - as outras são 'tomáveis', para não usar outros termos. Por exemplo, existe uma variedade grande de vinhos na região que moro; entretanto, vinhos bons de verdade, você paga, por baixo, 37 reais a garrafa, enquanto pagaria 12 em um qualquer. Vinhos bons são resultado de boas safras, logo o seu valor aumenta, e vale muito a pena pagar quase 40 reais em uma garrafa. Sinceramente? prefiro pagar caro por uma dose de Jack, ou então não tomar nada, ao ter de beber aquelas bebidas nojentas com gosto de suco tang com álcool. No livro Leão-de-Chácara, de João Antônio, há uma passagem da qual diz que o whisky era uma mistura de chá mate com iodo, se não me engano. Quando escuto relatos de 'esquentas', ou frases do tipo "Cara, tomei um porre ontem" lembro disso, e me pergunto se no fim das contas não tomaram um porre de misturas assim.
O que é caro, geralmente é ótimo, e geralmente vem em pouca quantidade. Talvez seja isso que traga o seu charme, pois qualquer um sabe que no momento em que tal coisa fica popular, a qualidade cai. Pois bem, se for pelo bem da qualidade, que subam os preços; enquanto houverem pessoas que não sabem degustar um vinho perfumado, ou um chocolate irresistível, que continuem pagando barato por seus projetos de produtos. No fim, a economia gira, e as coisas boas ficam para alguns. Nada mal.


quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Gaiola



E era a gaiola e era a vida era a gaiola
e era o muro a cerca e o preconceito
e era o filho a família e a aliança
e era a grade a filha e era o conceito
e era o relógio o horário o apontamento
e era o estatuto a lei e o mandamento
e a tabuleta dizendo é proibido.
E era a vida era o mundo e era a gaiola
e era a casa o nome a vestimenta
e era o imposto o aluguel a ferramenta
E era o orgulho e o coração fechado
e o sentimento trancado a cadeado.
E era o amor e o desamor
e o medo de magoar
e eram os laços e o sinal de não passar
E era a vida era a vida o mundo e a gaiola
e era a vida e a vida era a gaiola.

Poema de Apud Alda Beraldo, A Gaiola.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Indicações: O Filho Eterno


Eu confesso, este livro me surpreendeu. Assim como eu disse várias vezes, à princípio, eu não o leria caso não precisasse, - é, é um dos livros para o vestibular - entretanto, devorei quase 130 páginas hoje, tanto que já o terminei.
Ele trata, basicamente, de um homem que fracassa como escritor, e quando seu filho nasce, possui a trissômia do cromossomo 21 - ou Síndrome de Down, como preferir. Quando li isto nas abas, pensei: "Pronto, mais uma daquelas estórias cheias de lições de vida, exemplos de superação e como ser politicamente correto em 5 dias."
Mas, não foi bem assim. Cristovão Tezza criou um universo cheio de incertezas, com a sensação de que algo deu errado no meio do caminho, em que, querendo ou não, é preciso achar um culpado para tudo aquilo, como ele mesmo diz, um altar para o qual possa se esconder, nem que esse altar seja edificado sobre o filho. É uma radiografia sensível, sem aquela pretenção em agradar o leitor, mas sim em mostrar as coisas como elas são, sem rodeios, mas ao mesmo tempo, sem tirar a sutileza dos gestos.
A linguagem é outro ponto interessante; percebe-se claramente analogias a escritores famosos, repúblicas (como a de Weimar, em uma passagem bem sacada) e sistemas políticos, clássicos do cinema e paralelos pensados e repensados. Em suma, não é um livro popular, pois foi milimetricamente calculado e avaliado.
Este livro recebeu vários prêmios, entre eles o de melhor livro de 2008, e o que mais me orgulha é que é de um escritor catarinense.
Enfim, é um ótimo livro, espero ter oportunidade de reler e de tê-lo em minha prateleira, e com isso, concluo a minha indicação.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O coral


Winston só levantou dali a uns minutos. O quarto escurecia. Voltou-se para a luz e ficou examinando o peso de papéis. O que lhe oferecia inexaustível interesse não era o fragmento de coral, porém o interior do vidro em si. Tinha tremenda profundidade e no entanto era quase transparente como o ar. Como se a superfície do vidro fosse a abóboda celeste, contendo um pequenino mundo, completo com sua atmosfera. Winston tinha a impressão de poder penetrá-lo, e que de fato estava nele, junto com a cama de mogno e a mesa dobradiça, o relógio, a gravura em aço e o próprio peso de papéis. O peso de vidro era o quarto em que estava, e o coral era a vida de Júlia e a dele, fixadas para a eternidade no coração do cristal.

Fragmento do livro 1984, George Orwell; cáp. 12, pág. 129

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

The Last Samurai

A cidade está linda. Ela está em tons de rosa e branco, pelas azaléias; nesta semana, enquanto passava pela rua, fiquei encantada por aquelas flores tão lindas. E claro, as flores de pêssego também. Em minha casa, elas estão lindas, e percebi que elas são muito parecidas com as flores de cerejeira, no Japão. São tão delicadas quanto.
E concluindo isto, lembrei de uma frase do filme O Último Samurai, em que se diz que "Você pode passar a vida toda procurando a flor perfeita, e não será uma vida perdida."
Eu passei boa parte da minha vida tentando encontrar a felicidade, a satisfação pessoal, e até mesmo a perfeição. Mas isso foi equivocado, pois a perfeição está nas pequenas coisas, nas pessoas, nas flores, ou puramente no ar que respiramos. Eu olho ao meu redor, e vejo como eu o mundo foi generoso comigo; a cada dia, eu tento melhorar em algum aspecto, seja comigo mesma, seja com aqueles que fazem parte da minha vida. Existem pessoas que 'ficam' felizes, e eu não quero pertencer a este grupo nunca. Eu SOU feliz, e eu quero retribuir ao mundo tudo o que sinto hoje.
A 'flor de cerejeira perfeita' sempre será um sonho, mas um sonho possível.
Certa vez, ouvi um comentário de um médico especializado em medicina tradicional chinesa, sobre a vida. Ele disse que talvez ele fosse estranho, pois enquanto algumas pessoas são felizes em seus finais de semana, ele era feliz todos os dias.
Os problemas existem, é verdade. Mas ao invés de ficarmos nos preocupando com coisas levianas, como a opinião alheia, por exemplo, deveríamos nos ocupar mais com a nossa felicidade. Você está feliz? ótimo, é o que importa. Dizem que a mudança deve começar por nós mesmos.
Tá com vontade de dançar? Dance. Tá com vontade de gritar? grite. Mas viva, viva enquanto você pode.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Girl, you'll be a woman soon.







Aniversário
13/8/2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Ninguém Muda


A vida é cheia de frustrações, e como disse o Somir, do Desfavor, cair e quebrar a cara é parte integrante da vida. Hora ou outra, você se frusta por você, por eventos isolados ou por coisas que talvez nunca irão fazer sentido em seu cotidiano; mas, sem qualquer receio, o pior é quando você se frustra com outras pessoas. Se você as conhece a algum tempo, é pior ainda.
A verdade é que ninguém muda, apesar de eu já ter visto alguns mudarem. A mudança só vem depois de muitas cabeçadas contra a parede, muito cuspo que caiu na cabeça depois de cuspir para cima, ou até mesmo depois de muitos olhos manchados de roxo. É triste, mas não dá pra levar todo mundo na 'maciota', tem gente que só aprende mesmo quando passa vergonha em público, afinal, algumas crianças só param de colocar o dedo na tomada depois do choque, não é?
Pessoas boas existem, de verdade. De boas intenções o inferno está cheio, mas cabe a cada um procurar aqueles dos quais se relaciona bem. A amizade verdadeira não acontece, simplesmente, mas é um processo, é uma construção diária. Mas claro, tudo tem a sua consequência, que nem sempre é boa (oooh rly?). Justamente por ter pessoas de confiança conosco, algumas pessoas confundem as coisas, e acham que todo mundo é legal, o que não é. Amigos de verdade temos poucos, entretanto, passamos a vida rodeados de 'colegas'.
Acabamos caindo na ilusão de que o mundo é perfeito, mesmo que a vozinha no subconsciente esteja gritando: "Perigo! Perigo!". Tapamos o sol com a peneira, no eterno devaneio de que as pessoas vão pegar mais leve conosco, que serão mais flexíveis, e rá - não são. E nunca serão. O que eu sempre digo, é o seguinte: Não dá pra esperar jogo limpo de alguém que nunca aprendeu a jogar limpo. Existem pessoas que não aprenderam nunca a viver em sociedade ou tratar as pessoas com o mínimo de respeito; são peixes em um aquário com espelhos nas laterais.
Uma vez, eu ouvi uma frase que gostei muito. Era algo como "Quem é ruim, se destrói sozinho.". Gente que age feito um idiota não demora pra atirar no próprio pé. Mas não pensem que são de todo o mal... pelo contrário, até nos ensinam algo! Ensinam o que nunca se deve fazer. Fica a dica ;)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Be clean, be happy.


"Soap."

A maior parcela das pessoas acredita que a primeira impressão é a que fica, o que é verdade. Algumas acham que é a sua inteligência, seu modo de falar, entre outros pontos assim, porém, o que fica mesmo é o cheiro. É, o cheiro.
No filme Clube da Luta (um dos meus preferidos), Tyler Durden fala que o sabonete é "O pilar da civilização". Querendo ou não, a primeira coisa que reparamos é a aparência, ainda mais no quesito higiene, o que eu acho até bem justo; convenhamos: ninguém tem máquina de raio x instantâneo para medir QI ou caráter, então para o primeiro contato resta isso.
Antigamente, tais coisas de higiene, segundo aqueles que vieram ao mundo (bem) antes de mim, eram relativamente caras. Mas, hoje não, hoje é barato se manter limpo e alimentado. Com poucos reais, uma pessoa pode comer minimamente bem e comprar um sabonete que seja, pois custa pouco mais de um real, ou até mesmo centavos.
Eu acredito que essa popularização de coisas de higiene pessoal tem muita valia, pois permite a quase todos dignidade. Funcionou como uma jogada de mercado muito bem planejada (ainda que não tenha sido), que abre portas; o baixo custo de um sabonete, por exemplo, não deixa ninguém cheiroso, mas deixa limpo, e isso basta, já que temos a política de ser legal com o 'limpinho'.
É, Tyler... se o sabonete não é o 'pilar da civilização', pode ter certeza de que é um dos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Transparência



Vê! Não tenho tanta coisa pra esconder. Eu sou o que todo mundo vê. Quer queira ou então não, quem é que despreza o coração? não aceito esse rótulo e não, não disfarço os meus sentimentos, não, e espero de você mais do que um simples sim ou não.

Vamos conversar, e tudo bem; Está no ar, não vivo sem. A chuva cai, a noite vem pra nós também (pra nós também). A chuva cai...

Tem! Ainda tem muita coisa a esclarecer. Não tenho pressa, pode começar você. Quer queira ou então não, quem é que maltrata o coração? É difícil perceber e resolver, é só parar pra pensar e aprender; e espero de você mais do que um simples sim ou não.

Vamos conversar, e tudo bem; Está no ar, não vivo sem. A chuva cai, a noite vem pra nós também (pra nós também). A chuva cai...


"Transparência" - A Cúpula
Link aqui

terça-feira, 20 de julho de 2010

Especial Dia do Amigo

Sempre me disseram que amigos de verdade nós temos poucos. O mais bizarro é que isso está fazendo todo o sentido, ultimamente. Quando se é criança, talvez nós nem tenhamos dado o devido valor para a amizade, afinal a politica da boa vizinhança domina, e isso não é ruim, pois você se dá bem com todos, e não há grandes rivalidades. Mas, assim que se entra naquela fase chata, chamada 'pré-adolescência', as coisas mudam MUITO.
SPOILER: 'pré-adolescência' é mais uma daquelas ilusões que pessoas medíocres criam para que outras pessoas medíocres se sintam bem consigo mesmas. Eu acho mais exato o termo 'pós-criança'.
Ok, é compreensível. Nesta época, ninguém tem grandes ambições na vida, fora que muitos sofrem com aquilo que hoje se chama 'bullying'.
Mas, a medida que você vai crescendo, evoluindo, você se torna mais seletivo também, e com isso, vem aqueles amigos sinceros.
Em verdade, este post é mais um agradecimento. Eu agradeço todos os dias por ter pai, mãe, irmã e amigos. Sério, sem vocês as coisas seriam bem diferentes. Amo vocês

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pra te receber


Não há morte, não há sangue, nem verdades ou mentiras, apenas a tua ausência. Não há riscos, não há risos pra comparar o que eu sinto. Não há dor nem saudade além da vontade de te ter.
Se ainda estiver afim, venha correndo me encontrar, eu sempre estarei aqui de braços abertos pra te receber.
Não sei nada sobre as horas, meu tempo a tempo se perdeu, não importa se vai ser pra sempre ou se você vai me esquecer.
Se ainda estiver afim, venha correndo me encontrar, eu sempre estarei aqui de braços abertos pra te receber...

"Pra te receber" - 9 de Espadas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Let's Rock N' Roll!






Resumindo: o nosso dia
Postagem dedicada a todos aqueles que amam verdadeiramente o que quer dizer música.
Como iria ficar enorme esse post com a foto de todas as minhas bandas preferidas, aí vai um apanhado.
Muito rock pra você ;*


segunda-feira, 12 de julho de 2010

'Ajuda' é o escambau

Eu sou compreensiva com muitas coisas, mas tem aquelas outras em que sou totalmente radical.
Se existe algo nesta vida que me deixa fula, é a esmola. Não consigo acreditar na hipótese de que alguém negue trabalho para quem realmente precisa. Que fique claro que, não estou me referindo a aquelas pessoas (principalmente crianças) que são obrigadas a mendigar por aí; isto, antes de ser problema do governo, é um problema grave na estrutura familiar.
Eu me refiro aqui a aquelas pessoas adultas, saudáveis e vacinadas que tem a audácia de pedir dinheiro.
Uma vez eu ouvi algo que faz todo o sentido. Quem falou, disse que é politicamente correto nós acreditarmos no sociólogo filhinho de papai, com o astra zero na garagem, que diz que "é bandido ou pedinte por falta de oportunidade". Isso não existe.
Não é com esmola que se consegue dignidade e futuro, sendo que quem garante que é para comprar comida ou por outro motivo deste calíbre? É triste, mas a maioria que pede, pede para sustentar vícios, encher a cara e consumir drogas até cair. Não sei se sou a favor de doar comida também. Trabalho não mata ninguém, pelo contrário, dignifica.
Não sejamos idiotas... se a pessoa realmente tem caráter, vai capinar, trabalhar ajudando alguém, QUALQUER COISA, mas não vai pedir.
O mais estranho é que geralmente quem vai pedir, ainda se desculpa! Desculpar-me por quê, por ser vadio? Que vá trabalhar, ganhar a vida dignamente, e não nas costas dos outros. Outra coisa que também detesto é quando falam "Pelo amor de Deus...". Eu acredito em Deus, mas acho repulsivo quando o colocam no meio, como se caso eu não "ajudar", eu vou direto para o inferno. Sinceramente? Deus também deve achar repulsivo isso. Deixemos a caridade para Ele; e vamos trabalhar direito aqui, pois eu tenho certeza de que ninguém alivia o nosso lado.
Em uma sociedade regida pela televisão, um presidente-fantoche, futebol e um ópio chamado religião, e pior, usado indevidamente visando principalmente o lucro, ser crítico é defeito. Pensem o que quiserem; se for pra ajudar alguém, darei um futuro de verdade, e não um que acabe quando secar o copo.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Perdão para quem?


Embora a copa do mundo esteja imperando, vou falar de perdão.
O Brasil concedeu gentilmente a Cabo Verde, o perdão de uma dívida de 3,5 milhões de dólares, o que deve dar mais ou menos uns 6 milhões de reais, para mais. Fora a universidade federal no Ceará, zero, que terá 10 mil vagas, sendo 5 mil destinadas a africanos.

“O perdão da dívida já tinha sido acordado, apesar de Cabo Verde sempre ter cumprido os seus compromissos. Mas faltava regulamentá-lo e é isso que vai acontecer, permitindo a Cabo Verde ter melhores condições para obter financiamentos para projectos de desenvolvimento” no arquipélago, disse a diplomata brasileira, Maria Dulce Barros.


Nada contra os africanos e os moradores de Cabo Verde, mas tem brasileiros morrendo nos hospitais por falta de leitos adequados e aparelhos necessários. Tem pessoas que passam fome, seja de comida, seja de cultura, e as mesmas ás vezes não conseguem saciar isso. Tem famílias nas ruas, nos lixões, buscando comida ou qualquer trocado que seja, só para se manter em pé, e o nosso país perdoa uma dívida com a qual o dinheiro a ser pago poderia ser investido nestas pessoas. Até onde eu sei, um governo é do povo e para o povo, e não foi bem nisso que pensaram ao conceder este perdão.
Sra. Maria, perdoe-me, mas nós também temos projetos de desenvolvimento, nós também precisamos de dinheiro. Nós também pagamos o que emprestamos, com a diferença de que nenhum país perdoa a nossa dívida. Perdoe-me, sra. diplomata, mas nós também temos necessidades, portanto, por favor, pare de achar que o nosso país é rico, porque não é.
Acho que quem perdoa de verdade somos nós, brasileiros, que nos calamos diante disso tudo. Perdoamos ideias mirabolantes, que nunca deveriam ter saido do papel. E o pior, a maioria ainda acha bonito e aplaude em pé.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

...and a blind girl saw the light.


Ataque japonês na base norte-americana de Pearl Harbour

É comum ouvir por aí as atrocidades da 2ª Guerra Mundial: campos de extermínio, experiências com anões, gêmeos e crianças, por Josef Mengele, e claro, a tão famigerada bomba atômica.
Desde 1945, o ano do game over, estigmas foram estabelecidos, tais como o holocausto ter virado patrimônio cultural dos judeus, norte-americanos idolatrados como deuses, pracinhas desastrados, porém corajosos e os japoneses, coitados, que morreram em segundo.
Mas, até onde vai a culpa, e de quem exatamente ela é? No caso da bomba atômica, acredito que a fabricação dela foi mais defensiva, pois a Alemanha estava se armando. Em contra-partida, a escolha das cidades e a época do ano foram friamente calculadas (coisa da qual falarei mais em outra oportunidade). O resultado, como se sabe, foi desastroso - para os japoneses. Porém, isso não exclui o que eles fizeram, e que não foi pouco. A honra deles não foi quebrada, como pensaram, mas foi melhorada com o perdão inconsciente daqueles que assistiram a tudo na arquibancada.
O Japão achou que era imbatível, pois nunca perdera alguma guerra, e que não seria esta que eles perderiam. Quando o presidente assinou a rendição, japoneses que estavam no Brasil, simplesmente diziam que você estava mentindo caso contasse, e ainda você poderia morrer sob a lâmina de uma katana. Os japoneses foram, são e serão um povo brilhante, mas toda a sua sabedoria caiu por terra quando decidiram abrir mão dos riscos, ignorando a realidade.
E a culpa? é de todos, e de ninguém. Mas, sejamos realistas para ver a glória e a lama de cada país, seus altos e baixos. E se for para amar uma nação mesmo assim, que seja racionalmente, e não passionalmente.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ensaio sobre o café.

Fazia um bom tempo que eu não parava para ver os elementos simples da vida. Filha, faz um café para o pai. Tá bom, pai, tá bom.
Acabei fazendo um para mim também, só que sem açúcar. Vestibular, 1001 trabalhos, preocupação com horários, entre outras coisas, me privaram por algumas semanas desses momentos comigo e com eu mesma.
O leite fervido no fogão é diferente do leite fervido no micro-ondas. Em 30 segundos, você obtém um café para não desmaiar de fome. Em 3 ou 5 minutos, você obtém um café que te sustenta. Agora entendo aquelas pessoas que dizem tomar apenas um café pela manhã.
O café com leite fervido no fogão pulsa, diferente do café mecânico do micro-ondas. O café de fogão tem um calor que te envolve, igual abraço de mãe. E embora eu não tenha adicionado açúcar, senti um sabor adocicado na minha boca, coisa que só sinto quando sinto o sabor de um chocolate ao leite, por exemplo.
O café de micro-ondas abrevia sua manhã (ou tarde, ou noite). Primeiro porque, se você toma algo que demora 30 segundos para ficar pronto, significa que você já está sem tempo, e quer se alimentar (?) rápido. Percebi que este café tem um aroma muito mais neutro, muito mais lavado, e que não permanece quente por muito tempo, o contrário do outro. Ainda que ambos sejam preparados na mesma caneca (ou xícara, ou copo...), não são a mesma coisa.
E por isso, fiz uma decisão. Em dias de semana, vou tentar não rolar na cama por mais de 5 minutos, ainda que temperaturas negativas me esperem do lado de fora. Eu quero é tomar o meu café - com leite fervido no fogão.

sábado, 12 de junho de 2010

Especial Dia dos Namorados


Ela vivia sob o medo; sobrevivia no terror, vendo suas amigas morrerem dia a dia. Ela sonhava com algo ou alguém, que pudesse acabar com aquilo tudo. Ah, como seria lindo correr pelos campos verdes, sem medo, e ver as estrelas. Seu nome era Sabra, e era a filha do rei. Ela ouvia histórias de amores de princesas, mas sabia que estava prometida à morte; morreria nos dentes do dragão que assombrava a cidade, com seu hálito que mataria toda a população. Ela queria viver, mas não queria carregar o fardo da culpa, por ser a responsável por tantos óbitos.
Ela sonhava com ele, e nem o conhecia. Sonhava, todas as noites, em seu guerreiro, em seu soldado, no cheiro de seus cabelos, de sua armadura.

Ele guerreava. Destemido, apaixonado pela vida, vivia até a última gota. Seu nome era Jorge, o líder da tropa mais temida já vista. Jovem, inteligente, estrategista. Ele soube de Sabra, e aquilo o encantara. O mistério, quem poderia ser ela? Como ela era? nutriu um ideal, um sonho, que ele esperava sonhar. Ele não conhecia seus olhos; ele não conhecia o seu perfume, mas a amava. Nunca tinha trocado um olhar que fosse, mas pedia aos anjos protegê-la. Depois de meses de indecisão, decidiu montar acampamento sozinho, enfrentar o dragão alado, aquele que 'nem espada e nem lança o perfura'. Naquele momento, sentiu-se humano. Amou todas as pessoas da cidade, por ser o que eram, amor humano. Estava disposto a dar o sangue por aquelas pessoas, que nem conhecia. Aprendera com sua mãe a ser assim; ela, que lhe fazia tanta falta, mas que estava sempre lá.

Pois bem, ele o matou. Matou por amor, por sua Sabra, pelas pessoas. Lágrimas rolaram pelos olhos do monstro, e ele sentiu a agonia que tantas vezes fizera tantas meninas sentir. O medo de morrer, a vida passando diante dos olhos, o chamado materno, tudo aconteceu. E assim, fechou seus olhos prateados para sempre.

Apenas a paixão resistiu, porém o rei não a aceitou. Em um ato de coragem, ou talvez desespero, Sabra fugiu com Jorge, e juntos viveram uma vida linda, na Inglaterra, para todo o sempre.
Mas antes, ele sussurrou em seu ouvido: "Sem você comigo, o meu mundo não sorri. Eu te amo."
Esta é a lenda de São Jorge, da lendária imagem marcando a morte do dragão. Este quadro realmente existe, quem o produziu foi Dante Gabriel Rossetti, e chama-se O Casamento de São Jorge e Princesa Sabra. Nada mais adequado para hoje *-*


 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Linhas


Quando eu percebo algo fora da normalidade, seja um comportamento, um dogma ou até mesmo uma lei, eu me pergunto aonde está a linha que separa o certo do errado, ou se realmente existe essa moeda.
Feminismo é uma das coisas que me fazem questionar sobre. O feminismo, na ideia original, é bom, pois como todos sabem, visa direitos iguais entre homens e mulheres. Até aí, tudo bem, porque ainda existem fábricas e empresas que aplicam essa distinção de salários, por exemplo. Fora o desafio de ser mulher que hoje
é visto: Ela, linda 24 horas por dia, cuidando e educando filhos, exemplar no emprego, com tempo para o marido e amável com todo mundo.
Só que com isso, acaba-se esquecendo que a carga em cima dos homens é enorme, também. Fomos educados por um sistema em que homem bom é o macho alfa, competitivo no trabalho, que leva dinheiro pra casa e que ainda consegue segurar as pontas. As pessoas esperam sempre que os homens estejam equilibrados emocionalmente, já que se criou o paradigma que homem que é homem não chora e não tem coração.
Eu acredito que ser uma pessoa não é fácil, seja homem ou mulher. As doenças, as dificuldades e os desafios não escolhem sexo, logo, ninguém está sai totalmente ileso destas coisas que a vida nos impõe todos os dias. Se tornou fácil demais, e até divertido apontar o dedo para os outros, julgar por detalhes, como uma tentativa frustrada de achar que o outro leva uma vida pior que a sua.
Mas, voltando ao assunto central, o feminismo daria certo. DARIA. O problema é que, aonde existirem pessoas, se um sistema não for forte o suficiente para vetar toda forma de desordem, tem tudo para falir. O ideal feminista se distorceu, sendo fácil encontrar em redes sociais, relacionado a comunidades feministas, outras como "Beleza é mutilação" e afins. É quase como dizer: "Ok, você quer os seus direitos. Então fique feia, porque desse jeito você não vai convencer ninguém."
Mulheres não precisam deixar de ser mulheres para lutar por seus objetivos, assim como homens não precisam ser gays para ir contra a homofobia. Acabou aquela coisa de "Ou é médica/engenheira/qualquer coisa, ou é bonita.". Ao longo dos anos, criou-se o paradigma da feminista lésbica, desleixada e peluda, e por essas e outras, ouso dizer que é por isso que o feminismo ainda é olhado com desdém pela sociedade. Todos sabemos que as pessoas são direcionadas por imagem, e se ao invés de uma mulher de bigode berrando que o sistema é irracional, e blá blá blá, fosse colocado uma mulher minimamente arrumada, ao menos ela seria ouvida.

But the party don't stop.



No final de semana passado, tive o prazer de ser convidada para uma festa de formatura, da qual me arrisco em dizer que foi uma das melhores que já fui. Não havia muita gente, terminou cedo, e esta foto que ilustra a postagem foi tirada quando as luzes já estavam acesas, e as únicas pessoas presentes eram os garçons, o dj (que foi dançar conosco) e é claro, meus amigos e eu.
Mais uma vez, minha teoria foi comprovada: não importa aonde você está, mas sim com quem.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mãe.



Sem você, o amor estaria fadado à extinção.
Eu Te Amo ♥

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Açúcar no Veneno

Quando eu era criança, adorava a presença do sol na minha casa. As janelas permaneciam fechadas, mas o sol atravessava o vidro, como se os raios fossem retas em um plano cartesiano. Eu adorava sacudir almofadas, ou qualquer coisa que pudesse ser fonte de pó, só para ver as partículas dançando nos raios de sol. Imaginava que a neve poderia ser como aquilo, uma coisa intocável, que beirava à ilusão, tais como aquelas que se tem quando sua febre sobe consideravelmente.
Para minha surpresa, percebo que isso acontece até hoje, na minha sala de aula. O pó de giz, invisível na luz das lâmpadas frias, brilha na luz do sol, me fazendo lembrar de quando eu era criança, e o mundo volta a ser doce. Porém, preocupa-me, pois o pó de giz é mais denso, e esse pó eu e meus amigos respiramos todos os dias. Meu pai respirava um pó denso assim quando criança, e hoje ele tem alguns problemas respiratórios. Me pergunto se não estamos sujeitos à isso. É um veneno, uma coisa que talvez um dia nos traga problemas, mas só percebemos isso quando o vemos, na luz do sol. É um atirador, um inimigo invisível, um lobo vestido de cordeiro, mas que ao mesmo tempo nos faz, por um segundo, mais felizes. Sempre quando o vemos, embora estejamos respirando pó de giz, sentimos o açúcar de nossas infâncias, confortável como um banho quente, ou gostoso como bolo de vó.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Paz de Espírito


Toda realeza em seu nobre altar assim de repente se afoga nas ondas do mar, e esse mesmo mar já não faz voltar tanta prepotência que o homem não tinha no olhar. "Foi Deus quem quis assim" cada folha no jardim. Foi teu filho quem te escolheu pra vida linda aqui; tão linda aqui.

Faça as suas preces te levantar, saiba que o universo agora te ouve falar, deixa que a verdade aparecerá mesmo que as pessoas prefiram não acreditar que "foi Deus quem quis assim", para tudo tem um fim, e nem percebeu a vida triste aqui; tão triste aqui.

(Dólar pra comprar paz de espírito, não se vende o paraíso).

Faça as suas preces te levantar, saiba que o universo agora te ouve falar, deixa que a verdade aparecerá mesmo que as pessoas prefiram não acreditar que "foi Deus quem quis assim", foi teu filho quem te escolheu pra vida linda aqui; tão linda aqui.

Deixa que a sombra se transforme em luz, deixa brilhar. Espera que o amor te seduz o olhar.

Paz de Espírito - LS Jack

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Levou, bateu?"


O post de hoje não é meu; é do Somir, do Desfavor. O título da postagem é "Levou, bateu?", e fala sobre traição. O ponto de vista dele é o mesmo que o meu, achei interessante a abordagem dele e por isto estou repassando, Divirtam-se ;*

Vale alguma coisa trair de volta?
Não. Além de não ter significado prático numa relação onde fidelidade fazia alguma diferença honesta, ainda é uma forma de se rebaixar e valorizar alguém que te sacaneou.


Achar que trair de volta resolve alguma coisa é parte daquela mesma mentalidade tacanha que acha que a justiça está sendo feita quando um estuprador recebe aquele “tratamento especial” na cadeia (Crime é bacana quando acontece com quem não se gosta, ?). Justiça não tem nada a ver com vingança, e sobre isso eu já falei várias vezes.

Vingança é uma coisa divertida, não vou negar, mas desde que seja tratada como ela é. Trair de volta nada mais é do que se vingar. Fico feliz que tenhamos tirado isso do caminho. Agora, continuemos:

É presumível, aliás, óbvio, que uma pessoa que queira se vingar de uma traição tenha sofrido com a traição em primeiro lugar. Seja pela devastadora sensação de ter sido enganado por uma pessoa na qual confiava de verdade, seja pela frivolidade de um ego ferido (por não ter traído primeiro).

Não é um assunto com linhas claras e definidas. Existem pessoas que exigem fidelidade assim como existem pessoas que sinceramente não se importam de “dividir” com o mundo. Mas entre esses extremos costuma pairar uma grande parcela da população. Ninguém gosta de ser sacaneado, mas nem sempre é a quebra de confiança e o instinto de possessividade que desencadeiam o desgosto pelo chifre.

Para este que lhes escreve, é simples explicar o motivo pelo qual devolver uma traição não vale de nada: A partir do momento em que uma mulher com a qual eu tenho uma relação de fidelidade presumida ESCOLHE me trair, ela deixa de ter valor. Nem sempre é o caso de ligar ou desligar um botão dentro da mente, mas eu faço o que for necessário para nunca mais ter nada com essa mulher. Acaba ali mesmo. A simples idéia de manter uma relação com ela SÓ para chifrar de volta me soa como uma estupidez galopante. Como se a pessoa que te sacaneou se preocupasse muito com você... É uma das melhores definições de otário: Se esforçar para incomodar quem não está nem aí pra você.

O mundo é grande. Tem muita gente por aí. Se uma relação der errado, é só seguir em frente. Pessoa melhor do que uma que te traiu não vai ser difícil de achar, não?

Trair de volta é um conceito cretino: Não desfaz a traição inicial e só te faz passar mais tempo ao lado de alguém que não vale à pena. Pra completar o papel ridículo, só falta perseguir a pessoa que te traiu e começar a infernizar a vida dela. Não consigo entender essa gente que GOSTA de sofrer. Será que é para ficar se vitimizando e passar o resto da vida alimentando-se de pena alheia? Seja como for, é um caminho perfeito para quem quer se tornar um desperdício de oxigênio completo.

Mas eu posso ser um ser humano diferente. Vivo dizendo que queria mesmo era ser um robô. Dizer que o comportamento é ilógico e inútil não vai convencer muita gente, não?

Mas podemos PELO MENOS concordar que buscar sofrimento na vida é uma coisa estúpida? Eu só preciso disso. Podem continuar tendo ataques e chiliques por qualquer motivo, mas se continuarmos aqui com a presunção de que não devemos ficar enfiando murro em ponta de faca, já facilita bastante.

Ok, então você é uma daquelas pessoas que talvez perdoe uma traição... Consigo compreender o raciocínio que te trouxe até essa idéia mesmo sem concordar. Imaginemos então que a traição ocorra num casal onde você seja o(a) chifrado(a). Pode parecer que trair de volta vai ser um bom castigo, talvez até uma lição valiosa... Mas na vida real as coisas não funcionam assim, com a “lição do dia” antes dos créditos do desenho animado. O(a) traidor(a) não vai “botar a mão no coração” e descobrir que trair é uma coisa errada. Essa pessoa vai apenas ter a confirmação que pode aprontar E manter a relação.

NINGUÉM MUDA. Jogue fora os desenhos da Disney, aceite a realidade. Pode teimar o quanto quiser, ninguém muda. Trair de volta quer dizer “jogo livre” e o começo de um círculo vicioso de chifres (era mais simples ter uma relação aberta, antas...) ou mesmo o sofrimento repetido de aceitar traição até o limite (que para algumas pessoas inseguras e carentes é inexistente).

Onde está a vantagem? Uma das melhores formas de manter a relação sem outros chifres é justamente REFORÇANDO a regra que deve ser mantida. Que tipo de mensagem se passa chifrando de volta?

E no extremo oposto da minha mentalidade, estão as pessoas que mesmo gostando, não ligam muito para isso. Se o chifre não fez diferença, o revide também não vai. “Comer fora” tem a mesma graça que sempre teve, desde o começo da relação.

Se é imperdoável, quem chifra de volta é otário ou masoquista. Se é perdoável, quem chifra de volta é otário E masoquista. Se não faz diferença, ... não faz diferença.

Não, trair de volta não vale nada. Se você acredita numa coisa, FAÇA SUA PARTE. Um crime nunca vai justificar outro no mundo das pessoas racionais.

E nunca é demais reforçar: NINGUÉM... MUDA.
Somir.


Meu ponto de vista: Se for pra revidar, que seja com estilo. Vide à foto que ilustra a postagem, entre outras. Eu faria isso, e você? MWAHAHAHA

sexta-feira, 16 de abril de 2010

AK - 47


A cada final de semana se torna mais díficil sair pela cidade e não sentir raiva. Não, raiva não... repulsa. A cada domingo parece que a cidade fica mais suja, e por essas e outras que eu amo o inverno: nele, as ruas ficam praticamente desertas, logo, ficam limpas, pois as pessoas começam a pensar melhor antes de sair de casa. E eu amo o inverno, anyway...
Eu não sou contra o direito de ir e vir. Não sou contra você e seus amigos saírem à noite para beber uma cerveja e dar algumas voltas nas ruas. Eu sou contra a barbárie, sou contra as pessoas saírem e de brinde emporcalharem a cidade. Já disse, não sou contra o direito de ir e vir, mas eu acho que eu também tenho o direito de sair e andar em uma cidade limpa.
Ontem, vi um rapaz comprar algo pequeno, uma bala, não sei, e jogar o papel na floreira do estabelecimento! Custava andar um pouco mais até a lixeira ou simplesmente guardar a droga do papel no bolso? Ele viu que eu vi, e ele viu a minha reação. A cara dele foi algo como "Você viu?" e a minha "Vi sim, bastardo.". Bem, a reação acabou por ser cômica, mas isso não reduz o que ele fez, por menor que tenha sido.
Esses dias ouvi que arrancaram uma árvore. É, uma fuckin' árvore! Como diz um amigo meu, talvez tenham pensado algo como "Ontem derrubamos a lixeira... o que tem em pé hoje?".
Engraçado, pois quando nós, os 'playboyzinhos do centro' começamos a criticar, quem comete tal ato vira coitado. Me chame de radical, mas pra mim configura crime contra o patrimônio público, e sim, deveriam ser punidos de maneira exemplar.

Mudando da água para o vinho, o que dizer sobre a inocência do nosso povo? É, é inocência atribuir à Canoinhas o título de 'capital da erva-mate'. É RIDÍCULO ISSO, é ridículo ostentarmos um título que não é mais nosso. Você sabia que a economia de Canoinhas gira em torno da madeira, e que erva-mate representa só 2%?
As pessoas tem que começar a entender que agricultor não é coitado, que sim, só falta vontade e que nós não comemos madeira. Um dia eu quero falar aos meus filhos que sim, Canoinhas é a capital da erva-mate, mas é preciso fazer por merecer. Hoje, enquanto eu preparava meu mate, vi que a erva era de Santa Rosa, no RS. Nada contra a cidade, até porque tenho um amigo de lá (beijo, Felipão!), mas quando eu vou ao mercado vejo uma ou duas marcas daqui, o resto é de outros lugares. E me dói dizer isso, mas a dos outros lugares é melhor.
Deveríamos fazer por merecer, subir o nível, sair da posição vergonhosa que ocupamos no ranking de desenvolvimento do estado. Deveríamos valorizar mais o que é nosso, e não mandar a NOSSA erva-mate para o Uruguai, para lá ser beneficiada e exportada para o mundo. Sabia que na Itália consomem a nossa erva com selo do Uruguai? É, sad but true.

Todavia, essas mudanças não vão acontecer da noite para o dia. É preciso colocar esses ideais nas escolas, nas famílias, devemos resgatar esse espírito aqui. A festa de Santa Cruz de Canoinhas está por vir... qual será o próximo desfavor? a mudança da nossa bandeira de uma cuia de mate por um fardo de fumo e um pé de pinus? Já disse, condeno atitudes, e não quero ver a minha cidade sucumbir assim. Eu começo por mim, e você, o que faz?


OBS: o título se refere a tal frase, que falo quando vejo tal caos no centro: "Por que eu não trouxe minha AK-47?"