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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Sobre bullying

   A denominação "bárbaro" que os romanos usavam para identificar os povos germânicos, muito além do modo de vida e estruturas sociais desses povos, era essencialmente ideológico. Desse meio, posteriormente, vieram demais rotulações que reforçavam um preconceito explícito contra outrem, como aconteceu na Alemanha nazista ou na América Latina durante a "colonização" espanhola.
   O bullying não deve ser encarado como mera brincadeira ou agressão inocente - se é que existe isso - mas como forma de intolerância, na qual existe um preconceito velado. As agressões são apenas a ponta de um iceberg que flutua em um oceano de convenções sociais que não encontram apoio na realidade. Uma vez que esse fenômeno social, infelizmente, não se restringe ao âmbito escolar, traz o comprometimento da vida em sociedade, em atitudes que não visam o bem estar coletivo, mas apenas o bem estar individual.
   Combater o bullying extrapola a barreira do "politicamente correto" tão em voga nos nossos dias, mesmo porquê essa prática sempre existiu. No entanto, ir contra o bullying é o primeiro passo para trazer um pouco mais de civilidade ao meio, antes que tragédias como os episódios de Columbine e Realengo se tornem cotidianas. Embora muitos pais preparam os filhos para não serem agredidos, poucos preparam os filhos para que não se tornem agressores; mesmo a escola, fecha os olhos para comportamentos transgressores de alguns alunos, mas depois se chocam com chacinas que ocorreram dentro de escolas. A educação transforma, e cidadãos melhores vêm de lugares saudáveis.
   Ataques pessoais  desse calíbre geram cicatrizes no indivíduo, estas, evitáveis, desde que a origem seja tratada com a seriedade necessária, em que valores coletivos preponderem efetivamente. A "barbarização" de nossas regras já ocorreu, e as mortes que o bullying trouxe são provas suficientes para que este seja tratado como um problema real.

terça-feira, 13 de novembro de 2012