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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Esta é uma das últimas postagens de 2011. Eu não queria escrever nada com o que estou sentindo, não acho isso justo com aqueles que se preocupam em acessar o meu blog. Mas ao mesmo tempo, não quero fazer como um certo colunista da minha cidade, que se diz 'consultor de empresas', e tudo o que disse em sua coluna foram coisas abstratas sobre o novo ano. Se eu fizesse isso, estaria sendo hipócrita.
Está chovendo. Sempre ouvi que os dias de sol trazem alegria, o que é verdade. Mas pra mim, a chuva é um alívio. Eu prometi a mim mesma que tomaria um banho de chuva quando passasse no vestibular. Eu não quero chegar lá na frente, e pensar que isso foi fácil perante as novas dificuldades. Não quero pensar 'nossa, o vestibular não foi nada'. Eu quero tomar o meu banho de chuva logo.
A verdade é que vestibular não é como escola, em que se estuda e passa. No vestibular, por mais que você estude, pode ser que não dê certo. Eu sei que tem mais gente com a mesma tristeza que estou sentindo agora, eu sei disso. Eu vi essas pessoas chorando comigo, de certo modo, na igreja em um dia desses. Eu tento não pensar nisso, tento não pensar se eu passei ou não. Mas, dessa vez tudo está sendo diferente, talvez porque nesse ano estudei de verdade. Confesso que, enquanto escrevo isso, meu rosto é lavado pela minhas lágrimas, o que pra mim é um alívio. Mas, eu queria que meu rosto estivesse sendo lavado pela chuva que cai lá fora agora, que limparia todas as minhas tristezas e mágoas. E eu estaria chorando, igualmente. Mas por outro motivo.
Eu sei, todo mundo diz, que precisamos ser fortes, aguentar. Mas a dor que sinto agora é de um corte que foi feito no ano passado, mas que foi aberto novamente. Não cicatrizou.
Antes eu costumava dizer que não teria condições psicológicas para aguentar tanto tempo. Hoje eu sei que vou aguentar o tempo necessário. Eu não quero cair, eu não quero desistir.

Desculpe pelo post com esses sentimentos.
Mais do que nunca, eu espero que 2012 seja melhor. Não só pra mim, mas para todo mundo.
Eu quero tomar o meu banho de chuva logo.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Medo Líquido - fragmento

O futuro é nebuloso? Mais uma forte razão para não deixar que ele o assombre. Perigos imprevisíveis? Mais uma razão para deixá-los de lado. Até agora, tudo bem; poderia ser pior. Deixe ficar desse jeito. Não comece a se preocupar em atravessar aquela ponte antes de chegar perto dela. Talvez você nunca chegue, ou talvez ela se parta em pedaços ou se mova para outro lugar antes que isso aconteça. Portanto, por que se preocupar agora?! Melhor seguir aquela receita muito antiga: carpe diem. Em termos simples: aproveite agora, pague depois. Ou, estimulado por uma versão mais nova da sabedoria antiga, atualizada por cortesia das companhias de cartão de crédito: não deixe para depois o que se pode fazer agora.


Medo Líquido - Zygmunt Bauman