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segunda-feira, 28 de junho de 2010

...and a blind girl saw the light.


Ataque japonês na base norte-americana de Pearl Harbour

É comum ouvir por aí as atrocidades da 2ª Guerra Mundial: campos de extermínio, experiências com anões, gêmeos e crianças, por Josef Mengele, e claro, a tão famigerada bomba atômica.
Desde 1945, o ano do game over, estigmas foram estabelecidos, tais como o holocausto ter virado patrimônio cultural dos judeus, norte-americanos idolatrados como deuses, pracinhas desastrados, porém corajosos e os japoneses, coitados, que morreram em segundo.
Mas, até onde vai a culpa, e de quem exatamente ela é? No caso da bomba atômica, acredito que a fabricação dela foi mais defensiva, pois a Alemanha estava se armando. Em contra-partida, a escolha das cidades e a época do ano foram friamente calculadas (coisa da qual falarei mais em outra oportunidade). O resultado, como se sabe, foi desastroso - para os japoneses. Porém, isso não exclui o que eles fizeram, e que não foi pouco. A honra deles não foi quebrada, como pensaram, mas foi melhorada com o perdão inconsciente daqueles que assistiram a tudo na arquibancada.
O Japão achou que era imbatível, pois nunca perdera alguma guerra, e que não seria esta que eles perderiam. Quando o presidente assinou a rendição, japoneses que estavam no Brasil, simplesmente diziam que você estava mentindo caso contasse, e ainda você poderia morrer sob a lâmina de uma katana. Os japoneses foram, são e serão um povo brilhante, mas toda a sua sabedoria caiu por terra quando decidiram abrir mão dos riscos, ignorando a realidade.
E a culpa? é de todos, e de ninguém. Mas, sejamos realistas para ver a glória e a lama de cada país, seus altos e baixos. E se for para amar uma nação mesmo assim, que seja racionalmente, e não passionalmente.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Ensaio sobre o café.

Fazia um bom tempo que eu não parava para ver os elementos simples da vida. Filha, faz um café para o pai. Tá bom, pai, tá bom.
Acabei fazendo um para mim também, só que sem açúcar. Vestibular, 1001 trabalhos, preocupação com horários, entre outras coisas, me privaram por algumas semanas desses momentos comigo e com eu mesma.
O leite fervido no fogão é diferente do leite fervido no micro-ondas. Em 30 segundos, você obtém um café para não desmaiar de fome. Em 3 ou 5 minutos, você obtém um café que te sustenta. Agora entendo aquelas pessoas que dizem tomar apenas um café pela manhã.
O café com leite fervido no fogão pulsa, diferente do café mecânico do micro-ondas. O café de fogão tem um calor que te envolve, igual abraço de mãe. E embora eu não tenha adicionado açúcar, senti um sabor adocicado na minha boca, coisa que só sinto quando sinto o sabor de um chocolate ao leite, por exemplo.
O café de micro-ondas abrevia sua manhã (ou tarde, ou noite). Primeiro porque, se você toma algo que demora 30 segundos para ficar pronto, significa que você já está sem tempo, e quer se alimentar (?) rápido. Percebi que este café tem um aroma muito mais neutro, muito mais lavado, e que não permanece quente por muito tempo, o contrário do outro. Ainda que ambos sejam preparados na mesma caneca (ou xícara, ou copo...), não são a mesma coisa.
E por isso, fiz uma decisão. Em dias de semana, vou tentar não rolar na cama por mais de 5 minutos, ainda que temperaturas negativas me esperem do lado de fora. Eu quero é tomar o meu café - com leite fervido no fogão.

sábado, 12 de junho de 2010

Especial Dia dos Namorados


Ela vivia sob o medo; sobrevivia no terror, vendo suas amigas morrerem dia a dia. Ela sonhava com algo ou alguém, que pudesse acabar com aquilo tudo. Ah, como seria lindo correr pelos campos verdes, sem medo, e ver as estrelas. Seu nome era Sabra, e era a filha do rei. Ela ouvia histórias de amores de princesas, mas sabia que estava prometida à morte; morreria nos dentes do dragão que assombrava a cidade, com seu hálito que mataria toda a população. Ela queria viver, mas não queria carregar o fardo da culpa, por ser a responsável por tantos óbitos.
Ela sonhava com ele, e nem o conhecia. Sonhava, todas as noites, em seu guerreiro, em seu soldado, no cheiro de seus cabelos, de sua armadura.

Ele guerreava. Destemido, apaixonado pela vida, vivia até a última gota. Seu nome era Jorge, o líder da tropa mais temida já vista. Jovem, inteligente, estrategista. Ele soube de Sabra, e aquilo o encantara. O mistério, quem poderia ser ela? Como ela era? nutriu um ideal, um sonho, que ele esperava sonhar. Ele não conhecia seus olhos; ele não conhecia o seu perfume, mas a amava. Nunca tinha trocado um olhar que fosse, mas pedia aos anjos protegê-la. Depois de meses de indecisão, decidiu montar acampamento sozinho, enfrentar o dragão alado, aquele que 'nem espada e nem lança o perfura'. Naquele momento, sentiu-se humano. Amou todas as pessoas da cidade, por ser o que eram, amor humano. Estava disposto a dar o sangue por aquelas pessoas, que nem conhecia. Aprendera com sua mãe a ser assim; ela, que lhe fazia tanta falta, mas que estava sempre lá.

Pois bem, ele o matou. Matou por amor, por sua Sabra, pelas pessoas. Lágrimas rolaram pelos olhos do monstro, e ele sentiu a agonia que tantas vezes fizera tantas meninas sentir. O medo de morrer, a vida passando diante dos olhos, o chamado materno, tudo aconteceu. E assim, fechou seus olhos prateados para sempre.

Apenas a paixão resistiu, porém o rei não a aceitou. Em um ato de coragem, ou talvez desespero, Sabra fugiu com Jorge, e juntos viveram uma vida linda, na Inglaterra, para todo o sempre.
Mas antes, ele sussurrou em seu ouvido: "Sem você comigo, o meu mundo não sorri. Eu te amo."
Esta é a lenda de São Jorge, da lendária imagem marcando a morte do dragão. Este quadro realmente existe, quem o produziu foi Dante Gabriel Rossetti, e chama-se O Casamento de São Jorge e Princesa Sabra. Nada mais adequado para hoje *-*