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segunda-feira, 19 de abril de 2010

"Levou, bateu?"


O post de hoje não é meu; é do Somir, do Desfavor. O título da postagem é "Levou, bateu?", e fala sobre traição. O ponto de vista dele é o mesmo que o meu, achei interessante a abordagem dele e por isto estou repassando, Divirtam-se ;*

Vale alguma coisa trair de volta?
Não. Além de não ter significado prático numa relação onde fidelidade fazia alguma diferença honesta, ainda é uma forma de se rebaixar e valorizar alguém que te sacaneou.


Achar que trair de volta resolve alguma coisa é parte daquela mesma mentalidade tacanha que acha que a justiça está sendo feita quando um estuprador recebe aquele “tratamento especial” na cadeia (Crime é bacana quando acontece com quem não se gosta, ?). Justiça não tem nada a ver com vingança, e sobre isso eu já falei várias vezes.

Vingança é uma coisa divertida, não vou negar, mas desde que seja tratada como ela é. Trair de volta nada mais é do que se vingar. Fico feliz que tenhamos tirado isso do caminho. Agora, continuemos:

É presumível, aliás, óbvio, que uma pessoa que queira se vingar de uma traição tenha sofrido com a traição em primeiro lugar. Seja pela devastadora sensação de ter sido enganado por uma pessoa na qual confiava de verdade, seja pela frivolidade de um ego ferido (por não ter traído primeiro).

Não é um assunto com linhas claras e definidas. Existem pessoas que exigem fidelidade assim como existem pessoas que sinceramente não se importam de “dividir” com o mundo. Mas entre esses extremos costuma pairar uma grande parcela da população. Ninguém gosta de ser sacaneado, mas nem sempre é a quebra de confiança e o instinto de possessividade que desencadeiam o desgosto pelo chifre.

Para este que lhes escreve, é simples explicar o motivo pelo qual devolver uma traição não vale de nada: A partir do momento em que uma mulher com a qual eu tenho uma relação de fidelidade presumida ESCOLHE me trair, ela deixa de ter valor. Nem sempre é o caso de ligar ou desligar um botão dentro da mente, mas eu faço o que for necessário para nunca mais ter nada com essa mulher. Acaba ali mesmo. A simples idéia de manter uma relação com ela SÓ para chifrar de volta me soa como uma estupidez galopante. Como se a pessoa que te sacaneou se preocupasse muito com você... É uma das melhores definições de otário: Se esforçar para incomodar quem não está nem aí pra você.

O mundo é grande. Tem muita gente por aí. Se uma relação der errado, é só seguir em frente. Pessoa melhor do que uma que te traiu não vai ser difícil de achar, não?

Trair de volta é um conceito cretino: Não desfaz a traição inicial e só te faz passar mais tempo ao lado de alguém que não vale à pena. Pra completar o papel ridículo, só falta perseguir a pessoa que te traiu e começar a infernizar a vida dela. Não consigo entender essa gente que GOSTA de sofrer. Será que é para ficar se vitimizando e passar o resto da vida alimentando-se de pena alheia? Seja como for, é um caminho perfeito para quem quer se tornar um desperdício de oxigênio completo.

Mas eu posso ser um ser humano diferente. Vivo dizendo que queria mesmo era ser um robô. Dizer que o comportamento é ilógico e inútil não vai convencer muita gente, não?

Mas podemos PELO MENOS concordar que buscar sofrimento na vida é uma coisa estúpida? Eu só preciso disso. Podem continuar tendo ataques e chiliques por qualquer motivo, mas se continuarmos aqui com a presunção de que não devemos ficar enfiando murro em ponta de faca, já facilita bastante.

Ok, então você é uma daquelas pessoas que talvez perdoe uma traição... Consigo compreender o raciocínio que te trouxe até essa idéia mesmo sem concordar. Imaginemos então que a traição ocorra num casal onde você seja o(a) chifrado(a). Pode parecer que trair de volta vai ser um bom castigo, talvez até uma lição valiosa... Mas na vida real as coisas não funcionam assim, com a “lição do dia” antes dos créditos do desenho animado. O(a) traidor(a) não vai “botar a mão no coração” e descobrir que trair é uma coisa errada. Essa pessoa vai apenas ter a confirmação que pode aprontar E manter a relação.

NINGUÉM MUDA. Jogue fora os desenhos da Disney, aceite a realidade. Pode teimar o quanto quiser, ninguém muda. Trair de volta quer dizer “jogo livre” e o começo de um círculo vicioso de chifres (era mais simples ter uma relação aberta, antas...) ou mesmo o sofrimento repetido de aceitar traição até o limite (que para algumas pessoas inseguras e carentes é inexistente).

Onde está a vantagem? Uma das melhores formas de manter a relação sem outros chifres é justamente REFORÇANDO a regra que deve ser mantida. Que tipo de mensagem se passa chifrando de volta?

E no extremo oposto da minha mentalidade, estão as pessoas que mesmo gostando, não ligam muito para isso. Se o chifre não fez diferença, o revide também não vai. “Comer fora” tem a mesma graça que sempre teve, desde o começo da relação.

Se é imperdoável, quem chifra de volta é otário ou masoquista. Se é perdoável, quem chifra de volta é otário E masoquista. Se não faz diferença, ... não faz diferença.

Não, trair de volta não vale nada. Se você acredita numa coisa, FAÇA SUA PARTE. Um crime nunca vai justificar outro no mundo das pessoas racionais.

E nunca é demais reforçar: NINGUÉM... MUDA.
Somir.


Meu ponto de vista: Se for pra revidar, que seja com estilo. Vide à foto que ilustra a postagem, entre outras. Eu faria isso, e você? MWAHAHAHA

Um comentário:

Anônimo disse...

Ola Kamila.. achei muito verdadeiro o texto.. E concordo plenamente com as idéias do Somir. Ja dizia o velho ditado "vingança é um prato que se come frio" portanto não leva a nada!
Eu prefiro relembrar uma frase que eu ja usei:
Não há maior vingança do que o esquecimento.