
O dia nem havia caído quando as primeiras estrelas apareceram no manto azul turquesa que o céu exibia. Ele estava lá, deitado na rota grama, esperando respostas, modificando perguntas, pensando em maneiras para muitas coisas, e porque não, sonhando. Sentiu suas lágrimas salgadas deslizarem em sua face, por sua pele ferida, sentindo as chagas arder. Pensava em sua família, seus amigos, seu amor e sua vida, e chegara à conclusão de que nada havia sido em vão. Havia feito o impossível, muitas vezes. Libertara pessoas de seus próprios cárceres, cogitou o "e se...", provara por a+b que todos são iguais, visto não queria ver as pessoas acorrentadas em correntes que as mesmas criavam em momentos de desespero. Sentiu saudades, de sua infância, de seus hábitos, de olhar o céu azul. Ele sabia, seria a última vez que poderia sentir o carinho daquele teto inalcançável. Ou daria pra alcançar? talvez, um dia sim.
Chorava, e pensava em tudo. Pediu por seus pais, por seus amigos, e em um ato digno de solenidade, pediu por todas as pessoas do mundo, até aquelas que ainda não existiam. Pediu proteção, para ele e principalmente para todos os outros. Ele sabia o que lhe esperava, e sabia que precisava armar-se sem armas, pois aprendera desde cedo que nada na vida é fácil, e aquela seria a sua prova final.
Chorava lágrimas que pesavam uma tonelada cada, até que um anjo sussurra em seu ouvido algo como:
"Acalma-te, e olha para o céu. Vê as estrelas, e lembra-te que vieste de uma, e para lá voltará, brilhando para todo o sempre, dando atenção à todos que te procurarem. Lembra-te de tua mãe, que tanto lhe amou, e lembra-te de tua missão, que fizeste com sucesso. Serás lembrado pela eternidade, tal como estes pontos que fazem os apaixonados sonhar."
As lágrimas cessaram, e lembrou-se das estrelas, do anjo que lhe acompanhara desde seu nascimento, dos momentos, de tudo. E assim sorriu, talvez não com alegria, mas com alívio, de que sua vida não passou por passar.
Feliz Páscoa, para todos ;****
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