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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Consumo e Cidadania - Proposta 30

A música "21 century digital boy", da banda Bad Religion, é um manifesto contra o consumismo e o que ele representa; no refrão se diz: "eu não sei como viver, mas tenho vários brinquedos".
O consumo foi necessário para a consolidação do capitalismo. O ato de comprar aquece a economia, gera empregos e seus produtos trazem conforto. O problema é o modo de fazer isso, rompendo a fronteira entre aquilo que é necessário e aquilo que é supérfluo. O relatório divulgado pela Worldwatch Institute comprova que o atual ritmo de consumo é exagerado, sendo que apenas um terço da população mundial contribui para este sobrepeso no meio ambiente. Mais que uma questão ambiental, é uma questão de cidadania, denunciando que a distribuição de renda feita de maneira justa ainda é um sonho distante. Ou seja, para o jornalista Washington Novaes, especialista em questões ambientais, esse um terço pode ser capaz de minar a qualidade de vida de todo o mundo, literalmente. Além disso, embora hoje tenhamos acesso a fontes que nos informam quais são as empresas que fazem testes em animais, pouco se sabe sobre empresas que oferecem condições minimamente dignas aos seus funcionários, a exemplo da Zara, marca de caráter internacional, denunciada por usar mão-de-obra em regime de escravidão.
Mas, afinal, será que precisamos consumir tanto? No filme "Clube da Luta", dirigido por David Fincher (o mesmo que dirigiu A Rede Social), há a frase "as coisas que você possui acabam possuindo você", no qual há o questionamento sobre aquilo que realmente é essencial para a sobrevivência. Vivemos em uma era em que somos aquilo que temos.
Em respeito aos artigos do Código de Defesa do Consumidor, bem como aqueles responsáveis pelo produto que chega até nós, poderia ser elaborado um selo assegurando que os direitos básicos dos trabalhadores estão sendo cumpridos, parecido com as "Listas Brancas", do New York Consumers League. Mas, mais do que isso, se for para comprar que seja apenas o necessário; na maioria, compramos coisas que não precisamos.

Um comentário:

H.C.Mayer disse...

Sou muito cético quanto à mudança de hábitos de consumo da humanidade. Creio antes disso que a população vai se reeducar quanto ao tamanho das suas famílias, mas como solução final. É mais fácil diminuir a concorrência do que abrir mão do luxo.