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sábado, 12 de junho de 2010

Especial Dia dos Namorados


Ela vivia sob o medo; sobrevivia no terror, vendo suas amigas morrerem dia a dia. Ela sonhava com algo ou alguém, que pudesse acabar com aquilo tudo. Ah, como seria lindo correr pelos campos verdes, sem medo, e ver as estrelas. Seu nome era Sabra, e era a filha do rei. Ela ouvia histórias de amores de princesas, mas sabia que estava prometida à morte; morreria nos dentes do dragão que assombrava a cidade, com seu hálito que mataria toda a população. Ela queria viver, mas não queria carregar o fardo da culpa, por ser a responsável por tantos óbitos.
Ela sonhava com ele, e nem o conhecia. Sonhava, todas as noites, em seu guerreiro, em seu soldado, no cheiro de seus cabelos, de sua armadura.

Ele guerreava. Destemido, apaixonado pela vida, vivia até a última gota. Seu nome era Jorge, o líder da tropa mais temida já vista. Jovem, inteligente, estrategista. Ele soube de Sabra, e aquilo o encantara. O mistério, quem poderia ser ela? Como ela era? nutriu um ideal, um sonho, que ele esperava sonhar. Ele não conhecia seus olhos; ele não conhecia o seu perfume, mas a amava. Nunca tinha trocado um olhar que fosse, mas pedia aos anjos protegê-la. Depois de meses de indecisão, decidiu montar acampamento sozinho, enfrentar o dragão alado, aquele que 'nem espada e nem lança o perfura'. Naquele momento, sentiu-se humano. Amou todas as pessoas da cidade, por ser o que eram, amor humano. Estava disposto a dar o sangue por aquelas pessoas, que nem conhecia. Aprendera com sua mãe a ser assim; ela, que lhe fazia tanta falta, mas que estava sempre lá.

Pois bem, ele o matou. Matou por amor, por sua Sabra, pelas pessoas. Lágrimas rolaram pelos olhos do monstro, e ele sentiu a agonia que tantas vezes fizera tantas meninas sentir. O medo de morrer, a vida passando diante dos olhos, o chamado materno, tudo aconteceu. E assim, fechou seus olhos prateados para sempre.

Apenas a paixão resistiu, porém o rei não a aceitou. Em um ato de coragem, ou talvez desespero, Sabra fugiu com Jorge, e juntos viveram uma vida linda, na Inglaterra, para todo o sempre.
Mas antes, ele sussurrou em seu ouvido: "Sem você comigo, o meu mundo não sorri. Eu te amo."
Esta é a lenda de São Jorge, da lendária imagem marcando a morte do dragão. Este quadro realmente existe, quem o produziu foi Dante Gabriel Rossetti, e chama-se O Casamento de São Jorge e Princesa Sabra. Nada mais adequado para hoje *-*


 

Um comentário:

alexx disse...

Lindo gostei muito!Uma história com muita dor,sofrimento mas muito amor